Apenas quatro cidades ao redor do globo esperam ver os preços dos imóveis prime crescer em 2020
2020-05-25As maiores quedas de preços são esperadas em Buenos Aires, Mumbai, Hong Kong, Singapura e Vancouver, segundo a Knight Frank.
A pandemia do coronavírus está a causar estragos económicos em todo o mundo — e o mercado imobiliário de luxo não é exceção.
Lisboa, Mónaco, Viena e Xangai são os únicos quatro principais mercados residenciais de primeira linha que se prevê terem um crescimento dos preços ao longo de 2020, embora a um nível baixo definido entre 0,1% e 5%, segundo um relatório de terça-feira da Knight Frank.
A agência imobiliária e consultores imobiliários analisaram os preços de imóveis de luxo em 20 cidades de todo o mundo com base em projeções de procura e oferta, do impacto do coronavírus em cada mercado e das diferentes medidas de estímulo governamentais anunciadas, mas notou que a incerteza sem precedentes tornou as previsões um desafio.
"Havia sinais positivos em vários mercados a nível global de que os preços prime iriam subir ao longo de 2020, mas, sem surpresa, a Covid-19 pôs fim a isso", disse Liam Bailey, chefe global de investigação da Knight Frank. "Das 20 cidades que o Knight Frank analisou, 16 destas terão uma descida dos preços em 2020, com apenas algumas a evitar uma queda em território negativo — seja por falta histórica de oferta ou porque as transações puderam continuar durante o confinamento e as restrições já começaram a ser levantadas."
As cidades previstas para serem atingidas pela maior queda de preços, cerca de 5% ou mais, são Buenos Aires, Mumbai, Hong Kong, Singapura e Vancouver.
Segundo a Knight Frank, à exceção de Singapura, os mercados que constam no relatório são emergentes ou tiveram uma descida de preço no final de 2019.
A mesma Knight Frank tinha previsto que os preços do mercado prime em Singapura aumentariam 3% ao longo de 2020, mas o impacto do Covid-19 e o prolongamento no tempo desse impacto alteraram essa projeção.
Olhando para o futuro, a Knight Frank espera uma ligeira recuperação na maioria dos mercados em 2021, liderada por Londres e Lisboa.
"Em Lisboa, a forma como Portugal lidou com a crise aliada ao reforço da procura e à oferta de primeira linha limitada, vai sustentar o crescimento dos preços", disse Kate Everett-Allen, responsável pela investigação residencial internacional da Knight Frank, no relatório. "No caso de Londres, a certeza política proporcionada pelas eleições gerais de dezembro passado impulsionou a confiança do mercado imobiliário durante janeiro e fevereiro. Com os preços em algumas zonas a descerem até 25% nos últimos cinco anos, esperamos uma subida acentuada em 2021."
[in Mansion Global]